O Legado do Liberalismo na 1ª metade do século XIX

No contexto das revoluções liberais nasce o liberalismo como uma ideologia política, económica e social que surgiu com a filosofia iluminista e as revoluções liberais- séculos XVIII e XIX- opõem-se ao absolutismo defendendo:
  • os princípios burgueses
  • a liberdade como objectivo final da sociedade em todas as suas formas: pensamentos, religião, política, associação, negócio, concorrência, etc.
  • a soberania da nação
  • os direitos individuais dos cidadãos
  • a igualdade perante a lei
  • a propriedade privada
O liberalismo propõem um novo modelo de Estado ( Estado Neutro) no qual reside a soberania da nação, o indivíduo é um cidadão que intervem na governação, é um actor político pois pode ser o eleitor ou o eleito, é instaurado o sufrágio censitário e os cidadãos fazem-se representar nas assembleias, adoptou o bicamarelismo segundo o qual uma câmara baixa dos deputados se complementaria com uma câmara alta, de nomeação régia.
Através dos textos constitucionais os liberais legitimam o seu poder político, podendo apresentar-se sob a forma de Carta Constitucional, no caso de serem outorgadas pelo rei, ou sob a forma de Constituição votadas pelos representantes da Nação.
O liberalismo defende a divisão tripartida dos poderes separando o poder executivo, legislativo e judicial, sendo assegurados os convenientes meios de defesa no caso de um poder pretender sobrepor-se aos restantes. 
O Estado neutro assume-se também como um Estado laico, separando o Estado da Igreja, pois pensa que a religião é uma convicção pessoal e íntima e não uma imposição do Estado, para tal instituiu o registo civil para os casamentos, nascimentos e óbitos, cria uma rede de assistência e de ensino absolutamente laicos, nacionaliza os bens do clero retirando assim poder, priva o voto e ransforma os seus elementos em meros cidadãos. Estas medidas acompanharam também uma política de descristinização e anticlericalismo.

Defensor dos direitos e das liberdades individuais, o Liberalismo reage contra qualquer forma de tirania política e económica. Do ponto de vista económico defende os princípios orientadores gerais de todo o libealismo, predomínio da liberdade e iniciativa privada, liberdade de produção e concorrência com a teoria do fisiocratismo de Quesnay, defende a liberdade de concorrência e estabelecimento das leis da oferta e da procura defendidas por Adam Smith, o Estado devia ser o grande organismo coordenador e facilitador da iniciativa privada, não devendo intervir na actividade económica.

Embora o liberalismo seja grande defensor dos direitos indivíduais, a verdade é que a escratura continuava a existir, sendo a primeira forma de pôr termo à escravatura a abolição do tráfico negreiro, revelando-se a igualdade proclamada pelos liberais meramente teórica. A liberdade era quebrada, não sendo universal.

Romantismo



O Romantismo é um movimento cultural que  surgiu no século XIX, no contexto das revoluções liberais e da revolução industrial, caracteriza-se pela sensibilidade, paixão, enaltecimento dos sentidos, relação entre o homem e a natureza, liberdade, instinto e irracionalidade, idealismo, fantasia e imaginação, busca do antigo e misterioso e pelo patriotismo. 
O Romantismo recusa os modelos clássicos contrapondo modelos indivíduais, valoriza o sentimento e os sentidos, a Idade Média, apresenta uma espiritualidade cristã e defende a pátria e os sentimentos de união que ela provoca.